segunda-feira, 26 de julho de 2010

Segundo Eu

Havia um cão latindo no lado de fora. Era o único som que se destacava na minha mente, apesar de não ser o único som que vibrava no vento. Pude sentir que o cão me chamava, mas o tempo estava incerto demais para ir até lá: As previsões diziam vir uma tempestade a qualquer momento. Eu era jovem. O cão podia esperar.

Pessoas falando na sala de estar. Conversas vazias, despreocupadas. O cão uivou - ou foi um lobo?! Bobagem, não existiam lobos naquele lugar. E as pessoas continuavam falando, cruas, nuas, suas, todas suas se você desejar. Pude notar que algumas delas também podiam ouvir o uivo. Será que sentiram vontade de segui-lo?

Enquanto eu participava de tudo sem ousar interferir, alguma coisa acontecia. Impedia-me. Acorrentava-me. E as pessoas falando, suas conversas algumas vezes voltando-se para minha vida que passava, voava. Eu quis bater as asas e controlar meu voo, mas estava impedido, e foi melhor assim. Eu já não era mais tão jovem quanto antes, e voar apenas acompanhando a corrente do vento era mais seguro.

Depois de um tempo, meus ouvidos começaram a se sentir fatigados por terem que ouvir sempre as mesmas vozes insuportáveis; e meus lábios cansados por terem que responder sempre as mesmas perguntas sem conteúdo. Depois de um tempo, me dei conta de que minhas asas ou atrofiaram ou nunca haviam servido para nada mesmo; e meus olhos notaram que dariam tudo para poderem ver algo diferente daquele maldito dia lindo de sol lá fora.

No entanto, já ninguém mais notava minha presença. Já havia vivido minha vida, era velho e só o que precisava fazer era esperar pela morte. É assim que acontece, não?

Pois a morte chegou devagar. Veio na forma de uma silenciosa injúria ao meu velho corpo. Não havia porque lutar. Era muito mais fácil, aliás - e seguro -, esperar deitado em uma cama quentinha para que, quando a hora chegasse, nem me dar ao trabalho de cair no chão.
Nos últimos malditos dias, senti um mau-humor insuportável. Porém, não queria magoar meus familiares e por isso sorria o tempo todo, sempre expondo a resignação e passividade típicos à minha pessoa até então.

Nas últimas horas, entretanto, acabei descobrindo que eu não era daquele jeito. Respondi com grosseria as perguntas feitas pelos infelizes fantasiados de felicidade.

- Você precisa despir-se! Despir-se e lidar com quem você é! Só assim ela não será apenas uma fantasia... - disse eu. Senti vontade de explicar que eu havia passado a vida inteira escondido na mesma fantasia que eles, a de que a felicidade era conviver com o pouco, com o que a vida achasse melhor para nós. Senti vontade de contar-lhes que, no meu leito de morte, eu estava vivendo meus momentos mais felizes, e que as dores físicas nada significavam pois eu estava sendo consolado por mim mesmo e por minha verdadeira felicidade. Eu senti imensa vontade de viver, mas eles não compreenderiam aquilo. Aliás, creio que nem eu mesmo compreendi direito.

Já não havia vento lá dentro ou lá fora, e eu já não via nenhuma corrente para seguir. Senti um frio tremendo na espinha pois percebi que se eu não usasse minhas asas naquele exato momento, eu cairia e me esborracharia no chão. Bati, pela primeira vez, minhas asas. E voei, voei e voei segundo minha própria vontade.

Ninguém mais falava - ou suas vozes simplesmente não tinham mais a habilidade de me alcançar- e, no meu dia, não havia o mesmo sol de sempre, mas algo muito maior, talvez o misto entre o calor e o frio, o dia e a noite. Nada mais precisava ser vazio e nada mais era nada, pois eu era eu.

Meus lábios esboçaram um sorriso. E então fechei os olhos para morrer em paz, ao mesmo tempo que imaginava o que as pessoas ao redor comentariam no dia seguinte: ''Enlouqueceu. Horas antes da morte ele já nem falava coisa com coisa! Logo ele, sempre decidido e maduro...Coitado!''

Pobres irmãos. Mas seus comentários não importavam. O que eu queria mesmo era continuar prestando atenção no latido - ou uivo?- do cão - Ou lobo?!- lá fora. Fazia tempo que ele não me chamava com tamanho entusiasmo. Eu estava a caminho desta vez.

sábado, 24 de julho de 2010

Qualquer Coisa Além da Alma

Não posso permitir que você me domine de novo. Devo permanecer longe desta extrema sandice. Devo preservar em mim os traços de quem eu sou, mas isto é tão difícil!

Antes de você eu era ninguém. Para que eu fosse alcoólatra, só me faltava o álcool; Para que eu fosse louco só me faltava a loucura; Para que eu fosse amado só me faltava o amor; Para que eu fosse eu, só me faltava eu mesmo... Quem era eu? Quem era aquele triste ser que costumava se contentar com tudo, com tão pouco, com nada?! Para mim, hoje, aquele não era eu. Talvez fosse só meu corpo animado por qualquer coisa além de mim mesmo. Questões complexas, tensas, coisas de louco - e meu corpo com certamente não o era. Ainda.

Quando você chegou, de imediato percebi que sua missão era me mostrar meios de facilitar meu próprio despertar. Pouco a pouco, foi exatamente o que você fez. Seu amor trouxe à tona fragmentos distintos de minha essência, mas só seu adeus liberou a substância que uniu esses fragmentos até me construir. Então minha alma nasceu pela primeira vez - ao menos aos meus destreinados olhos terrenos - , e eu passei a sentir o gosto bom de ser eu mesmo a habitar meu próprio corpo. No começo, fiquei atordoado. Logo depois veio a agonia de não estar acostumado aos mecanismos que regiam a vida que meu corpo havia construído para ele. E após isto veio o entusiasmo de poder construir pela primeira vez os mecanismos que iriam nortear a vida que minha alma - portanto, eu - levaria dali em diante. Foi amor o que senti. É amor que ainda sinto.
Para ser honesto, nunca compreendi o que de fato animava o seu corpo. Nunca soube se aquilo que eu enxergava em você estaria guardado eternamente na mais profunda gaveta do seu coração : sua alma. Nunca soube se outras pessoas sentiam sua alma assim como eu, ou se essas pessoas apenas gostavam daquilo que você aparentava ser : roupas de marca, visual impecável, sorriso no rosto, dinheiro no bolso, um poço sem fim... Mas eu havia enxergado o fim. Havia até tocado nele. Sim, eu havia de fato visto você de verdade. Quantas pessoas conseguiram fazer isso até agora?

E minha alma - portanto, eu - recém-nascida para esta existência, é rebelde demais para arcar com tudo e apenas ''esquecer'' o que se passou. Na verdade, ela sente vontade de torturar você, de assombrar você e de gritar ''Odeio tudo o que você finge ser para aqueles idiotas! Odeio, inclusive, todos aqueles idiotas e suas mentiras ridículas! E odeio o seu corpo, animado por qualquer coisa que não seja você! ''. Mas não posso afirmar que odeio sua alma pois a amo, apesar de achá-la fraca e forte demais, uma contradição parecida com o que sua vida é agora : Fraca, por não conseguir despertar a si mesma da latência que a impede de nascer e de prosperar; e forte porque mesmo adormecida ela teve forças para me acordar e me fazer viver de verdade.

Então não posso deixar que você me domine de novo pois minha alma é rebelde demais para ser dominada. No entanto, não posso negar que eu talvez queria que isso aconteça. Seja como for, não importa agora. Apenas mantenha seu corpo longe de mim, mas volte - se quiser - quando o que o animar seu corpo for a alma que o habita, a alma que eu amo, a alma que se esconde, a alma que - eu acredito - vai salvar a si mesma um dia. Do mesmo modo que salvou a mim.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ao menos hoje...

Faz alguns dias - embora pareçam mais algumas noites - que nos encontramos. Sabe, não sei o que acontecerá amanhã ou depois. Acho que não devo antecipar isto. Mas, quero experimentar o agora. O agora pode ser eterno. O agora é eterno.

Não quero saber se vou continuar sentindo isso ou não. Não quero saber se você vai achar ruim, vai ficar triste, ou se nós dois nunca mais nos veremos depois disso. Só o que sei, é que essa semana em minha vida foi sua, e ela sempre será lembrada com seu nome.

Só o que sei, é que o que construímos em tão pouco tempo, jamais poderá ser quebrado, a menos que queiramos. E esse ''pouco tempo'' é eterno. É eterno, meu amor.

Quero ser louco, a partir de agora! Quero mostrar a você minha loucura e minha inconstância! Quero mostrar a você quem eu sou...ao menos hoje. Ao menos esta noite. E isso é eterno.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Primeiro Trecho de Você

Alguém me ouviu quando implorei para ser ouvido. Alguém olhou para mim não com um olhar de pena, mas sim de afeto, carinho. Alguém me disse, naquela noite que pensei não ter fim, que haveria sim um fim, e que esse fim seria meu recomeço. E eu, sem mais nem menos e sem razão aparente, encontrei você.

Você disse que não queria me decepcionar. Você chamou de ''tolos'' meus amores do passado e disse que queria ter a sorte que estes amores tiveram ao me ter. Você não ignorou minhas fraquezas e defeitos, mas riu deles pois sabia que poderia encontrá-los em você. Você disse que eu era perfeito, embora soubesse que não existe isso em uma pessoa comum como eu. Você julgou ser comum, e neste momento eu soube que os comuns sempre eram, de alguma forma, especiais. E aqui estou eu para dizer: Você é comum...por isso gostei de você. Você comoveu meu coração, o atraiu. Você disse que tinha medo, medo de não ser o que eu queria. MAS VOCÊ É!

Não quero apressar as coisas. Não desta vez, pois agora, amor, eu estou preparado, mas vou esperar até que você esteja também.

''E em um toque, um abraço e em um olhar
sentirei seu amor por mim diluído em um novo aroma celestial.

Mas somente em um doce beijo
saberei se ele é real.

Mostre-o para mim.
Não precisa esperar.
Me leve.
Me salve.
Me beije.''


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Seu Silêncio

Este inverno. Este vento. Eles falam comigo, eles me dizem para correr daqui. Por que sou tão bobo então? Por que prefiro escolher acreditar no seu silêncio? POR QUÊ?

Se passaram dias, dias e mais dias. E eu nunca mais ouvi sua voz. Nunca mais senti de verdade. Até o vento uiva para mim, tentando me alertar, me salvar. Mas quem deveria me salvar é você!

Contudo, não serei mais inimigo do inverno. Resolvi, pois, ouvi-lo. Prefiro que ele seja o tradicional inverno do que se eternize dentro de mim...

Você ainda me ama? Você ainda me quer?
Eu aguardei atenciosa e ansiosamente por sua doce resposta- Doce! Era a resposta pela qual queria esperar-. E hoje, sei, seu silêncio respondeu finalmente: Você não me ama mais. Talvez jamais tenha amado. Acabou.

Sigamos em frente. Sejamos felizes. Fim.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Esperaram Demais

1 - Cena


Em uma noite, os dois se encontraram acidentalmente na saída de um bar no centro. Fazia tempo que eles não se falavam. Estavam interpretando bem seus papeis.
No início, conteram seus ânimos e demonstraram a frieza já comum aos dois naquela época.
- Vai para aquele lado?, perguntaram ao mesmo tempo, após alguns segundos de silêncio. Ambos deram uma tímida risadinha ao responderem, também ao mesmo tempo, que sim. Começaram a caminhar.
Estavam em silêncio, embora muito quisessem falar. Olhavam-se de canto de olho. ''Não, não quero mais gostar de você. Por que você ainda mexe tanto comigo?''. E logo desviavam o olhar, tentando coagir o impulso, tentando parar de pensar.
A noite estava fria. Poderiam estar aquecidos se estivessem abraçados. A rua estava deserta, nenhuma alma viva. Era o momento ideal para mais um beijo. ''Me daria um beijo se eu pedisse?'', perguntavam-se silenciosamente. ''Apenas um beijo...''. Porém um beijo seria o suficiente para despertar seus sentimentos. E eles não sabiam se era isso o que queriam.
Um deles, olhando para os lados, começou a falar, de início sem pretensão alguma, apenas para quebrar o monótono silêncio. Falou do frio, do dia que se passou, da chuva que havia passado, enfim, tagarelava como era de costume algumas poucas vezes ao mês.
''Permanece do mesmo jeito!'', pensou a outra pessoa, disfarçando um sorriso. ''Sempre com essa voz simples, simpática. Aliás, até as roupas são simples, sem exageros, de certo mal-gosto, mas que demonstram sua simplicidade de espírito, no melhor dos sentidos. Você nunca precisou de muito para ser quem sempre foi...Sempre falando em fé, DEUS...Sempre mascarando seus desejos em sua ingenuidade. E essa ingenuidade também mascara sua coragem! Sim, você tem uma coragem, uma certeza e até uma esperteza inabaláveis! E como eu amo tudo isso...Sua essência, seu tempero. Por que não consigo encontrar isso em mais ninguém?''.
E, calando-se, a pessoa que possuía a ''ingenuidade'' começou a sentir ''o cheiro''. O cheiro forte, indescritível, insubstituível, inegavelmente perfeito. ''Ainda possui este cheiro...'',pensou, olhando para a frente, apenas a rua escura e deserta no caminho. ''Este cheiro que, ao olfato dos outros, pode não ser um aroma mas que, ao meu, é a fragrância divina, paradisíaca, que me enche de êxtase! Eu poderia senti-lo a quilômetros de distância que ainda assim saberia que é seu! E seu ar de carência...Que esconde uma força tremenda, a qual conheço muito bem, e que até mesmo você conhece, apenas não admite que a tem. Sua capacidade, sua inteligência...Sinto tanta falta disto. E suas piadas...Você...Só você...Me fazia rir com piadas...'' Acabou soltando uma risadinha, a qual não passou despercebida.
- Por que você riu?, perguntou gentilmente a pessoa que possuía ''o cheiro''.
- Nada..., respondeu a outra, ainda sorrindo.
- Agora fale!
- Não vou falar, brincou.
- Fale! Por favor!, pediu novamente, agora sorrindo. Foi a primeira vez que pararam de andar. Se olharam nos olhos. Aquilo causou choque nos dois. Silêncio.
-Você não mudou nada!, disse delicadamente a pessoa da ''ingenuidade'', ainda inalando o aroma vindo da outra pessoa.
O frio da noite parou de os afetar. O encontro de seus olhos, o fascínio de seus atos, o laço de suas almas, tudo isso voltou de uma vez só.
- Você não mudou nada... Repetiu, a voz baixa, quase um sussurro.
- Não mudei?
- Continua me entretendo como ninguém ao contar como foram seus últimos trinta minutos antes de me ver... Respondeu. ''Sempre é assim!'', pensou consigo, sem conter o sorriso.
Silêncio. Estavam mais próximos. Podiam sentir a respiração um do outro. Sensação magnífica. O vento gelado socando-lhes o rosto passava despercebido perante o momento.
- Sempre passo os trinta minutos antes de ver você, imaginando...
Mais próximos.
- Imaginando o quê ?
Estavam agora a menos de trinta centímetros um do outro. Podiam ouvir os batimentos de seus corações. Podiam senti-los.
- Imaginando o quê?, perguntou novamente, um sussurro tão baixo e tão cheio de desejo.
- Imaginando se você me recepcionaria com um beijo...
E beijaram-se. O beijo foi veloz, ágil, quente. Uniram-se em um abraço apertado. Seus braços estavam segurando o corpo um do outro com força, de modo que ocupavam quase o mesmo espaço. Queriam aquilo. Queriam mais do que um beijo. Queriam tocar-se. Amar-se. Saíram dali. Seguiram para o apartamento. Rápidos, quase voaram.
E amaram-se! Amaram-se sem medo, sem hesitação. Nada mais existia. Nada mais precisava existir. Não naquele momento, pois a razão da existência deles era seu amor...E seu êxtase!

Minutos se passaram, quem sabe horas. Não olharam no relógio. Não precisavam. Depois deitaram-se e olharam para o teto. Silêncio. Suas mãos ainda estavam entrelaçadas. ''O que foi isso?", indagavam-se, embora soubessem a resposta: amor.
Respiravam calmamente agora. O ventilador de teto girava lentamente, como se acompanhasse suas respirações.O próprio quarto acompanhava-os. Não queriam acordar, caso aquilo fosse um sonho.
Viraram um para o outro. Seu olhar, sua química. '' O que você é pra mim?'' Não sabiam ou não queriam saber. Apenas se olhavam. Não se falavam há semanas. Como pôde um momento daqueles ter acontecido? Os minutos se passavam. O som do ventilador de teto os hipnotizaria, não fosse pelo som da voz baixa da pessoa que possuía ''o cheiro'':
- Então, é isso?
Hesitação. Silêncio. Tensão. Medo. E se fosse de fato ''só isso''? E se, depois daquilo, continuassem distantes?
- Não sei...
- Hum...
Desespero. ''Não! Não me deixe ir! Me segure, me prenda, faça alguma coisa!'', imploravam ao silêncio, e o silêncio implorava para ser quebrado por eles. Se o silêncio pudesse falar, diria ''Tome coragem, faça! Não perca isso...pode ser a última vez''

E a noite foi passando. Eles não queriam voltar ao mundo. Queriam que aquilo fosse eterno, mas nada sabiam sobre a eternidade. Eram tão jovens! Mas ainda estavam lá. Ainda tinham um ao outro, mesmo que só por aquela noite.
Seus olhos estavam pesados. Lutavam contra o sono. Não podiam dormir. E se, quando acordassem, o outro já tivesse partido? Não! Precisavam aproveitar aquele momento. ''Só mais um pouco...Mais um pouco...Mais...''. Já não podiam mais lutar. Seus olhos se fecharam e suas mãos continuaram unidas. Dormiram.

Eles tinham tanto a aprender! Tanto a viver! Era a hora de cometerem erros, sem dúvida, e não ousaram fazer a escolha. Tinham medo de que fosse cedo demais para um amor tão intenso. Tinham receio de abrir mão de certas coisas em pró daquilo.
Eram tão jovens, aqueles dois! Mas ainda estavam lá. Ainda tinham um ao outro, mesmo que só por aquela noite. E, ao menos por aquele noite, tinham a certeza de que se completavam.
Só o que os dois não sabiam era que as coisas poderiam acabar repentinamente e que, aquela noite, poderia ser a última disponível para perceberem o quanto se amavam. ''Ninguém sabe o dia de amanhã''. Contudo, os dois eram jovens demais para se darem conta disto. Eram jovens demais para sequer pensarem a respeito disto. Para eles, talvez, o melhor fosse mesmo apenas fechar os olhos e esperar. Afinal, o sol estava quase nascendo. Logo seria hora de acordar...

terça-feira, 13 de julho de 2010

...

Juro, eu quero ser cruel. Mas, por outro lado, como posso ter forças pra ser o que não sou? Como acha que posso ter forças pra dizer a você coisas ruins...Eu quis, você não sabe o quanto, dizer ''Odeio você!'', olhando nos seus olhos. Isso é impossível.

Portanto, não brinque mais. Eu estou sim confuso. Não sei exatamente o que quero. Amo você. Só não sei se isso é bom ou não...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eu complicando como costumava fazer

Lute!
Pois não cederei facilmente.
Eu sou decidido,
sei a quem amo,
sei que é você.

Mas você deve compreender: não pode ser fácil.
Você me esnobou...E não se importou comigo quando corri até você como um animal.
Quando sofri desesperadamente.
Você me esnobou...

E isso ainda me afeta.
Você deve compreender que não é assim tão fácil. Portanto, se me ama como diz, lute. Me impressione. Faça-me sentir especial...Sempre quis isto.
Sempre quis que alguém me quisesse. Sempre.
Mas isto veremos.

Lute! Lute por quem ama! Lute! Não desista! Está perto do fim...

Agora é sua vez de lutar.

domingo, 11 de julho de 2010

Fazia Tempo

Suas palavras me disseram coisas que meus ouvidos não puderam ouvir,
meus olhos não puderam ver,
mas meu coração pôde sentir.

Você tocou no meu coração...lá, naquele lugar que pouca gente costuma tocar.
E eu pretendo deixar!
Quero viver isso com você!
Estou apaixonado,
apaixonado, apaixonado!

ME FAÇA CORRER PARA VOCÊ!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Queria querer

Queria querer arriscar novamente...
Mas seu ar envolvente agora me espanta.
Queria querer arriscar novamente,
sem medo do que o futuro me traria em frente.

Mas, espere, descobri que não tenho medo do futuro!
De jeito nenhum!
Tenho medo é de você,
pois você e somente você, meu amor, pode me afetar agora.

Queria querer odiar eternamente
o seu ar envolvente!
Seu espírito inabalável!
Não finja! Por DEUS, você é inabalável!
Inesgotável!

E sua frieza, ah, sua frieza, esta eu ainda não cansei de cantar.
Esta foi o fantasma que há muito não vinha me visitar.

Por que você soa tão indiferente quando quer?
Por que você mantém o controle aparente?
Por que não se livra de mim definitivamente?
VOCÊ TEM O PODER! FAÇA! NÃO ESPERE!

Queria querer arriscar,
queria querer ao menos tentar...
Queria querer parar de contar
isto para você.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pela madrugada

Se você ainda tiver alguma dúvida...é porque a burrice alcançou seu coração.

Não

Por favor, não...
Só quero dizer isto: não tem mais jeito.

Por hoje, chega.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Juntos deles partiu


Ele disse "corra!"
Ela disse "não"
Ele perguntou
Ela o observou

Enquanto ele a olhava
Ela planejava
responder por que
sem compreender

Os dois tinham medo
de se entregar
Ele mais que ela
tentou disfarçar

O sol surgiu lá fora
Ele a esperar
Ela a calar
E o tempo a passar

Já não havia tempo
naquele lugar
Mas havia alguém
a os procurar

Queria os matar
Queria encerrar
Antes do depois
o amor dos dois

Ele disse "corra!"
Ela disse "não..."
e irrompeu da porta
a obsessão

E neles atirou
com a pequena arma
e caíram juntos
ainda de mãos dadas

Ele a perguntou
Ela o olhou
"Por que você ficou?"
"Porque você ensinou
o que é o amor"

Seus olhos sem força se fecharam
O assassino sem pena fugiu
Mas o amor que os dois cultivaram
Junto deles com certeza partiu...

E eu continuo amando

Alegre-se: sou eu quem sempre vai esperar você.

Ainda a amo, ainda e ainda,
mesmo sendo o sempre uma palavra grande demais pra mim.

Emocione-se: Tudo o que aconteceu, no sentido geral, foi bom.

E ainda a amo, ainda e ainda,
pelo jeito, você é o amor da minha vida.

Se você entendesse o que sinto, seria tão mais fácil!
Mas falar de sentimentos é por si só complicado,
pois sentimentos não foram feitos para serem descritos, só sentidos.

E eu continuo a amando, amando e amando.
Por isso, prefiro ficar longe. Longe de você eu sou impedido de sentir seu cheiro, de vê-la com outro alguém.

Mas está latente, meu amor, latente.
Basta que você regue novamente,
pro meu amor nascer delicadamente,
e ser pra você o que sempre foi.

E eu continuo a amando, amando e amando,
só que agora sua ausência não dói mais...

A atual

Seu toque, seu olhar, seu beijo!
Me senti vivo
e a doce timidez não existiu em tão sensual momento.

Talvez aquilo tenha sido a materialização dos meus antigos desejos.
Não senti medo algum,
éramos só nós e nosso beijo!

Porém, devo confessar, aquilo não era eu.
E, mais do que confessar, devo informar :
Estamos condenados por mim...
Pois não sinto amor por você.
Não do modo como eu esperava sentir.
Isso é tudo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Meu Próprio Penhasco

Todas as vezes em que fui estapeado,
machucado e incompreendido,
caminhei até meu próprio penhasco
e tentei - Eu juro! - ceder ao sofrimento.
Mas a bela visão daquele entardecer me fez esperar...

E eu sentei em silêncio.
Não havia dor ou incompreensão suficiente para me fazer pular.
Preferi esperar
mais uma noite se passar...

Todas as vezes em que ouvi ''não'',
da fria e cruel maneira a qual muitos conseguem dizê-lo,
caminhei até meu próprio penhasco
e procurei - eu juro! - mil motivos para me atirar.
Mas a bela visão daquele céu noturno me fez esperar...

E eu deitei em silêncio e peguei no sono.
Não havia frieza ou crueldade suficiente para me fazer pular.
Preferi esperar
Mais uma noite se passar...

Porém, quando ouvi o seu adeus
Oh, garota, eu juro, meu penhasco veio correndo até mim.
Aquele era o momento, pensei, o momento exato!
Pois não suportaria mais um seco segundo sem sua presença!
Foi quando a bela visão daquele amanhecer me fez esperar...

E eu admirei em silêncio,
percebendo que o único adeus que me faria morrer de verdade
era o do meu próprio penhasco.

Ah, meu próprio penhasco! Criado por mim!
De sua linguagem silenciosa compreendi enfim
que nossa beleza; minha beleza
é suficiente para me fazer esperar...

Ah, meu próprio penhasco! Criado por mim!
Que tanto sustentou minha ingratidão
me mostrando silenciosamente sua imensidão
sempre suficiente para me fazer esperar...

E, daqui em diante, prometo
sempre esperarei mais uma noite ou dia passar
para só então decidir se devo ou não me atirar
de você, penhasco.

Quanto a você, pobre garota,
encontre seu próprio penhasco
e pule dele se assim desejar!

Milésimo de Segundo

Baque.

Uma forte pancada atingiu meu peito. Foi como se uma mão tivesse apertado meu coração silenciosamente quando você passou ao meu lado. Talvez tenha me notado, talvez tenha percebido que eu olhei diretamente para você. Mas você estava determinadamente olhando para a frente, e não era eu quem estava lá...
Alguém me ajude! gritei silenciosamente. Eu estava à deriva em meio a sua tempestade. Por favor, tenham piedade!, mas ninguém me ouviu e foi melhor assim.
E você passou por mim com seu olhar determinado, como se desdenhasse quem tanto a havia amado. Eu! Eu, que tanto a amei! E é assim que me retribui agora?!

Cobrança
.

Pobre criança...
pensei comigo mesmo. Não me referi a você, mas a mim. Eu, que tanto havia pregado a paz entre nós, mesmo após nosso repentino rompimento. Eu, que tantas vezes havia inflado meu peito ao dizer a todos que de ruim nada guardaria em relação a você...

Dúvida.


Não sabia mais onde ou com quem estava, e nem tampouco o que sentia! Só o que via era seu olhar. OLHAVA PARA A FRENTE!

Raiva.


Olhava para a frente, com seu olharzinho de desdém!

Ira.


Queria esmurrá-la até ver seu sangue jorrar!

Morte...


Alguém como você não deveria existir. Queria ter...meios para matá-la.

No entanto eu não tinha...E jamais conseguiria fazê-lo, mesmo que eu quisesse de verdade.

Dor.

Havia outro bem atrás de você. Como pôde ter feito isso? Como pôde não ter sofrido nem um pouquinho por mim? RESPONDA-ME!


Então eu acordei novamente para o mundo. Você passou por mim e desapareceu de minha vista. Eu estava aliviado, mas arrependido. Não deveria ter sentido tudo aquilo, mesmo que por aquele milésimo de segundo...Na realidade, tive medo de que durasse para sempre. Pensar nisto me horrorizou.

Mas eu não tinha mais tempo para pensar. Estava atrasado para a próxima aula. Precisava me apressar.

Levantei-me, caminhei e sorri intensamente quando me dei conta de que eu olhava para a frente. E, adivinha? Já não era mais você quem estava lá...